Desculpe o transtorno, precisa-se falar da Monsanto.
Dia 14 de setembro, a Bayer, companhia de produtos químicos e farmacêutica anunciou a compra por US$ 66 bilhões da Monsanto, maior produtora de herbicidas do mundo, e está entre as cem empresas mais lucrativas dos EUA. A empresa norte-americana é também pioneira na engenharia de produtos químicos e sementes transgênicas como milho trigo e soja, estando a mais de 80 anos entre as dez grandes indústrias químicas dos EUA.
As negociações ocorrem deste o começo de 2016 e o conselho gestor da Monsanto aceitou a terceira proposta da Bayer de fusão permanente, para o Wall Street Journal, a expectativa é do grupo se tornar o maior fabricante de insumos agrícolas e sementes do mundo. Se concluído o negócio, será a maior fusão empresarial do ano e a maior da história por uma empresa alemã.
Histórico da Monsanto
Sacarina e PCBs: Ao longo dos anos, com compras de outras empresas como as brasileiras Paraná Sementes e a Agroceres, a Monsanto se tornou uma multinacional de “agricultura sustentável” assim como define o seu marketing, entretanto a própria história da empresa denota suas produções genéticas de forma agressiva ao meio ambiente e a saúde pública. A Monsanto Chemical Company foi fundada em 1901 por John Francisco Queeny, em Saint Louis, Missouri, Estados Unidos para produção de sacarina da Coca-Cola.
Nos anos 20, especializou-se na fabricação de ácido sulfúrico e de outros produtos básicos da indústria química, além dos bifenilos policlorados os chamados PCBs, para produção de fluídos refrigeradores de transformadores elétricos e motores. Nos anos 70 a Sacarina e os PCBs foram identificados como agentes químicos causadores de câncer e o PCB ainda foi ligado a casos de transtornos imunológicos, afetando o fígado, sistema endócrino, sistema imunológico, sistema reprodutor, sistema de desenvolvimento, pele, olhos e cérebro, tendo a sua comercialização suspensa nos EUA e o local onde era produzido, East Saint Louis registra um alto índice de morte de fetos, sendo encontrado até hoje o agente químico no sangue de mulheres grávidas.
Nos anos 40 a empresa começa a trabalhar com poliestireno, usados na embalagem de alimentos, o que acaba sendo consumido em parte junto ao produto armazenado, entre os efeitos colaterais está depressão, câncer e danos aos nervos. É de difícil reciclagem e foi considerado o quinto produto químico cuja produção gera os resíduos mais perigosos, sendo portanto um produto agressivo ao meio ambiente e a vida na sua produção, consumo e descarte.
DDT: Com efeitos como infertilidade, problemas no desenvolvimento, destruição do sistema imunológico e morte. O DDT. Com uma concentração de 1 ppb matou mais da metade dos peixes do Mar Cáspio, Todos os bebês humanos nascem com DDT no sangue.
Dioxina e Agente Laranja: dioxinas são um grupo de compostos quimicamente relacionados, contaminadores ambientais. Na década de 60, a Monsanto foi a principal fabricante do Agente Laranja, um herbicida com dioxina em níveis elevados, utilizado como arma química na guerra do Vietnã, o composto é responsável pela morte de milhares de vietnamitas e de soldados americanos que entraram em contato, milhares de descendentes destes nasceram com deformações físicas.
Nos anos 50 a Monsanto fabricou fertilizantes a base de petróleo matando micro-organismos que tornavam o solo estéril, gerando dependência dos agricultores por produtos artificialmente modificados.
O rBGH é um hormônio de crescimento bovino recombinante, geneticamente modificado para aumentar a produção de leite, as vacas que recebem o hormônio tem dores pela inflamação das tetas e seu leite quando consumido pode causar câncer de mama, câncer de cólon e câncer de próstata,
1990, a Monsanto desenvolveu uma tecnologia para produzir grãos estéreis incapazes de germinar. As “sementes Terminator” obrigariam aos agricultores a cada ano comprar novas sementes ao invés de estocar para os próximos anos.
Pelo menos nas últimas 3 décadas a empresa é acusada pelo Sputnik News de desenvolver fósforo branco para o governo dos EUA, produto proibido de utilização em zonas urbanas desde a convenção de Genebra, o material é usado para criação de armas incendiárias como visto no vídeo abaixo:
A Monsanto demonstra pela sua história um descaso com a saúde pública, com força midiática e respaldo junto ao grande capital na obtenção de seus dividendos, sendo uma alegoria perfeita do capitalismo voraz que consome e destrói o meio ambiente em troca de lucro capital, um perigo a saúde do solo, da população e do ideal de sustentabilidade que é defendido pelos agricultores e agricultoras familiares e solidários, agora a mesma empresa dará a doença e a cura.